"Cada passo do impeachment está na Constituição", disse à imprensa americana. "Como isso poderia ser chamado de golpe?" Vice também afirmou que, caso petista seja afastada, estará pronto para assumir e terá "na cabeça" nomes para o governo
O vice-presidente Michel Temer
defendeu nesta quinta-feira o processo de impeachment, admitiu articulações
para a formação de governo e disse que, caso a presidente Dilma Rousseff seja
afastada do Planalto, já terá "na cabeça" os nomes para o ministério.
Em entrevista à agência de notícias Dow Jones, ele também criticou a presidente
por tratá-lo como conspirador, e o impeachment, como golpe: "Cada passo do
impeachment está na Constituição.
Como isso poderia ser chamado de
golpe?". Na entrevista à agência de notícias, Temer disse que está pronto
para assumir e rebateu as acusações de que esteja conspirando contra Dilma.
"Ela (Dilma) tem dito que eu sou um conspirador, o que obviamente é algo
triste para mim e para a Vice-Presidência da República", lamentou.
Dilma
embarcou nesta quinta-feira rumo a Nova York, para a reunião da Organização das
Nações Unidas (ONU), e com isso o vice assume interinamente a Presidência. Sua
ideia inicial era permanecer em São Paulo até a volta de Dilma, mas decidiu
deslocar-se até Brasília após um protesto na manhã de hoje em frente à sua
casa, na Zona Oeste da capital paulista. Ele foi aconselhado a seguir para
Brasília para evitar que sua casa em São Paulo se transforme em alvo permanente
de manifestações. Temer vai despachar do Palácio do Jaburu, residência oficial
do vice-presidente.
Na capital
federal, o peemedebista deve prosseguir com as articulações políticas para a
montagem de seu iminente governo. Temer afirmou à Dow Jones que espera
construir uma coalizão para governar o país caso o Senado acolha a denúncia
contra Dilma, o que levará ao afastamento da presidente por até 180 dias.
"Quando o tempo chegar, eu terei um gabinete na cabeça e, apenas nesse
momento, irei revelar nomes", disse. Conforme o rito na Casa, que prevê a
formação de uma comissão especial, a votação está prevista para 12 de maio.
Em
entrevista a correspondentes internacionais nesta semana, a petista alegou
estar sendo alvo de ações de conspiradores que tentam tirá-la do poder. Em seu
discurso na reunião da ONU nos Estados Unidos, Dilma deve insistir na tese de
que o processo de impeachment, admitido por 367 deputados federais no domingo
passado e fiscalizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é golpe.
(com Estadão Conteúdo)
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